quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Elucubrações I

Transcrevo as palavras de Carl Jung sobre educação individual.
“Entre esses indivíduos encontram-se naturalmente elementos muito variados: em primeiro lugar, os incapazes de formação, em conseqüência de alguma degeneração doentia; estes pertencem geralmente à categoria dos débeis mentais.
Em seguida, encontram-se os indivíduos que não são de todo incapazes de formação, e mostram até mesmo certos dotes especiais; são, porém, tipos esquisitos e de orientação restrita. A singularidade mais comum é a incapacidade de entenderem a matemática, desde que ultrapasse o campo que é expresso em números concretos. Por essa razão, a matemática superior deveria ser apenas facultativa nas escolas, pois o cultivo do pensamento lógico nada tem a ver com a matemática. Por isso a matemática superior não tem nenhum sentido ou importância para tais indivíduos, mas é apenas um tormento inútil. A matemática corresponde a certa peculiaridade da mente, que nem todas as pessoas apresentam, e a qual não se adquire pela aprendizagem. Tais tipos podem apenas decorar a matemática como uma seqüência de palavras sem sentido algum (o grifo é meu). Os indivíduos desse tipo podem ser talentosos em outros ramos; ou já possuem a faculdade do pensamento lógico ou poderão adquiri-la pelo ensino direto da lógica.” JUNG, Carl , O Desenvolvimento da Personalidade, Círculo do Livro. Trad.: Frei Valdemar do Amaral.
Observando o comportamento geral das pessoas, direta e indiretamente (pela televisão, por exemplo), pareceu-me que o mestre suíço chegou até a porta de uma outra grande descoberta (ele fez muitas), mas não ultrapassou o limiar. Eu creio que esta conclusão pode se estender, facilmente, para praticamente todos, se não todos, os campos do comportamento.
Por exemplo: na Política.
Examinando o comportamento desta lastimável classe política brasileira, eu concluí que a grande maioria dos indivíduos que a compõe não entende o que é Moral. Reescrevo o texto do mestre:
Entre esses indivíduos encontram-se naturalmente elementos muito variados: em primeiro lugar, os incapazes de formação, em conseqüência de alguma degeneração doentia; estes pertencem geralmente à categoria dos débeis morais.
Em seguida, encontram-se os indivíduos que não são de todo incapazes de formação, e mostram até mesmo certos dotes especiais; são, porém, tipos esquisitos e de orientação restrita (demagogos, populistas). A singularidade mais comum é a incapacidade de entenderem a moral, desde que ultrapasse o campo que é expresso pelos seus próprios interesses. Por essa razão, a Moral superior deveria ser obrigatória nas escolas, pois o cultivo do pensamento ético tem tudo a ver com a Moral. Assim, a Moral superior não tem nenhum sentido ou importância para tais indivíduos, mas é apenas um tormento inútil. A Moral corresponde a certa peculiaridade da mente, que nem todas as pessoas apresentam, e a qual não se adquire pela aprendizagem. Tais tipos podem apenas decorar a Moral como uma seqüência de palavras sem sentido algum. Os indivíduos desse tipo podem ser talentosos em outros ramos; mas não possuem a faculdade do pensamento ético que deveriam ter adquirido pelo ensino direto da Moral (na escola).”
A conclusão disso tudo é que, a não ser que tenhamos um urgente choque de moralidade neste país, começando pelos bancos das Escolas, o Brasil continuará sendo o país do salve-se quem puder!