terça-feira, 2 de março de 2010

Elucubrações II

A Revista VEJA, de 4 de novembro de 2009, traz um artigo de Juliana Linhares que, eu acho, deveria ser lido por todo mundo que ganha um tempo precioso lendo, e divulgado por estes entre aqueles que perdem um tempo precioso em mesa de boteco ou coisa que o valha, e que passam a quilômetros de distância de uma biblioteca, de uma livraria, de um bom livro ou de uma revista informativa.
Pois bem, em Pequeno Manual de Civilidade, a articulista expõe regras fundamentais para o bom convívio entre as pessoas. Especialmente a décima, A Casa Comum, onde ela bem define a palavra decoro. Transcrevo o texto porque vale muito a pena ler e PRATICAR:
“O comportamento decoroso surgiu na Igreja Católica, a partir da vestimenta dos padres e das freiras, sempre igual em qualquer ambiente e feita para cobrir tudo de forma a não atentar contra o pudor próprio ou alheio. ‘Com o tempo, o DECORO das vestimentas passou para a linguagem e as atitudes. A fala decorosa é aquela que diz o que tem de dizer sem adular nem ferir. O comportamento decoroso é aquele que não ofende os outros, que não agride, que não é exibicionista ou apelativo’, explica Roberto Romano. Pequenos atentados cotidianos ao decoro incluem urrar ao celular em ambientes confinados, ignorar solenemente aquilo que seu cãozinho faz na calçada e ouvir música nas alturas porque ‘a casa é minha’. (grifos meus) Ter decoro é entender que a casa é um pouco de todos.
Lady Kate, personagem da atriz KATIUSCIA CANORO no programa Zorra Total, é exibida, decotada e exagerada, adora gastar o dinheiro de um certo senador que convenientemente nunca aparece e, diante de qualquer obstáculo que surge, repete o bordão: ‘ pagando’. Na personagem, é engraçado; na vida real, é execrável.
‘Uma vez conscientes de que a vida é uma experiência baseada nas relações, temos de ter em mente que os desejos das outras pessoas são tão válidos quantos os nossos. Isso significa que, ao perseguir nossos objetivos, precisamos ter certeza de que estamos sendo justos com os outros. O decoro nos ajuda a ajustar essa medida’, diz Piero Forni.”
Republico este artigo como uma espécie de serviço de utilidade pública. Sugeriria que, quem tem interesse em ser um cidadão na verdadeira acepção da palavra e que nunca sequer pensou no que vai escrito acima como foi colocado aqui, que lesse as outras nove regras, tambem importantes, e as praticasse.
Talvez assim, entre outras coisas, possamos um dia andar pela rua, ou dormir tranquilamente em nossas camas, sem que um imbecil coloque um lixo qualquer em seu aparelho de som, em sua casa ou em seu carro, invadindo a nossa residência, enchendo o nosso espaço sonoro e a nossa paciência.