No Caminho dos Martírios ganhou
o prêmio Hugo de Carvalho Ramos, principal concurso literário de Goiás, em 2010,
promovido pela União Brasileira de Escritores – Seção Goiás, e patrocinado pela
Prefeitura Municipal de Goiânia. Martírios
foi escrito em pouco menos de 30 dias, entre maio e junho do mesmo ano.
O tema foi recomendado pelo meu amigo escritor
Itamar Pires. Curiosamente, a sugestão me foi dada logo após eu vencer o mesmo
concurso em 2003, com A Batalha de
Poitiers. Na ocasião, o Itamar me propôs escrever uma história sobre Goiás,
ao que eu argumentei que meu interesse eram romances históricos e o Brasil,
mesmo no Século XIX, era subpovoado e eu não tinha intenção de escrever uma
história em que só tivesse “índios e mato”, enquanto a Europa já era uma
sociedade madura desde os tempos de Cristo. Reconheço que fui preconceituoso,
mas era o que eu pensava. Ele então me contou por alto sobre a lenda de
Martírios. Eu sugeri que ele escrevesse a história, mas disse que não era sua
área. O Itamar é um ótimo escritor de livros contemporâneos, com alta dosagem
psicológica em seus dramas. Assim, a ideia ficou incubada.
Em
2010, resolvi escrever um novo romance e, se possível, ganhar novamente o Hugo
de Carvalho Ramos. Para tanto, pensei, nada melhor que um romance histórico sobre
Goiás. E resolvi escrever a história sobre Martírios. Logo que iniciei as
pesquisas, eu concluí que me enganara redondamente sobre a História de Goiás. A
riqueza do material que se me apresentou foi uma gratíssima surpresa.
A
História desse Estado é linda! Os homens que o colonizaram (independentemente da
releitura que se faz sempre da História) se me afiguraram como titãs. Somente a
ideia de que eles cortaram o sertão à base de facão é espantosa! Quem já teve a
oportunidade de ver o que é o cerrado denso, o chamado “mato grosso”, pode ver
que era um trabalho absurdamente difícil.
Desta forma,
foi um prazer enorme escrever a história, tanto que o fiz num tempo bem
curto (A Batalha também foi assim).
No Caminho dos Martírios conta a história de um poderoso
fazendeiro de Goiàs, capitão Ramiro, que alia-se a uma das expedições que
tentaram achar o local fabuloso e, enfrentando as forças da Natureza, ele acaba
encontrando o seu Destino.
No Caminho dos Martírios
tem prefácio, capa e editoração gráfica de Itamar Pires, 218 páginas e foi editado
em fevereiro de 2012.
Segue abaixo a introdução, de minha autoria:
“Em 1682, as bandeiras de Bartolomeu
Bueno da Silva, o Anhanguera, e Manuel de Campos Bicudo encontraram-se no
interior das terras dos Goyases, às margens de um rio perdido no meio de uma
floresta habitada por índios selvagens e animais carnívoros. Eles se depararam
com uma imensa rocha, cuja forma se assemelhava a uma coroa de espinhos como a
que teria envergado Jesus Cristo, bem como inscrições e desenhos que lembravam
os instrumentos do flagelo de Nosso Senhor. Por isso deram o nome ao local de
Martírios.
Na
expedição do Anhanguera estava seu filho de mesmo nome, Bartolomeu Bueno da Silva,
então com cerca de 14 anos de idade. Na expedição de Bicudo estava seu filho, Antônio
Pires de Campos, o futuro Pai Pirá, mais ou menos da mesma idade do Anhanguera
filho. Ambos relataram posteriormente que se divertiam colhendo pedras roliças
de ouro bruto para brincar com elas.
Quarenta
anos depois, o Anhanguera Filho retornou ao sertão das terras dos Goyases
perseguindo a visão feérica do local que marcou inolvidavelmente seus olhos de
adolescente. Vasculhou os sertões por três anos e dois meses sem conseguir
acertar com o fabuloso lugar. Por fim, fundou e fixou-se no arraial da Barra,
dando origem ao Estado de Goiás.
Esta foi a raiz da lenda do
maravilhoso local onde o ouro brotaria do chão. Cinco expedições, pelo menos, foram
organizadas para encontrá-lo, sem sucesso.”
Um comentário:
Parabéns!!!! Vc é muito talentoso!!! Esperamos mais obras fantásticas!!!
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