domingo, 31 de agosto de 2008

Ainda Giba e Companhia

Desculpem-me se continuo batendo nesta tecla, mas continuo inconformado com o fato de as pessoas não terem opiniões próprias, não pensarem e simplesmente ficarem repetindo o que lhes colocam na boca, sem perceberem que existem muitos interesses comerciais por trás daquilo que lhes fazem acreditar. E também indignado por me rotularem de simples palpiteiro.

Gostaria de esclarecer a quem não está bem informado que o Giba foi eleito o melhor do Mundo durante o Mundial do ano passado, quando ele cortou muita bola, fez muitos pontos a partir de ótimas assistências (ou deveria dizer levantadas?) de um jogador excepcional, certamente, este sim, o melhor do Mundo. Não foi a Imprensa Mundial nem os atletas em geral que o consideraram o melhor; foi, apenas, um acontecimento pontual, de momento. Assim, por que, de repente, o Giba não foi o melhor da Liga, numa final que aconteceu no Brasil, se é que esqueceram?

Pois bem, perguntaram por que o Ricardinho não foi campeão italiano, então. Bom, não me ocorre que ele tenha disputado um Campeonato Italiano inteiro ainda. Não sei como vai ser no futuro. Todavia, já que me questionaram, faço eu, então as minhas indagações.

Se o Ricardinho é dispensável, por que a Seleção Brasileira, de uma hora para outra, perde de seleções de quem sempre ganhou, com certa dificuldade na casa do adversário, e, geralmente, de 3 a 0 em casa? Seleções como Estados Unidos e Rússia não foram páreo para o Brasil nos últimos anos e, como eu disse, de repente, ganham da nossa Seleção em pleno Maracanãzinho, por acachapantes 3 a 0 e 3 a 1.

Se o Bernardo Rezende teve razão em cortar o Ricardinho nas vésperas de estrear no Pan, por que ele convocou-o para os jogos da Liga? Magnanimidade? Ou consciência de que fez bobagem? Afinal, se a atitude do Ricardinho foi tão ofensiva, ele deveria ser banido da Seleção, “enquanto eu for técnico”, poderia dizer o Bernardinho. Todavia, as palavras que ele usou foram “hora de perdoar” (eu vi e ouvi muito bem a entrevista). Perdão? De quem? Dele? Ou do Ricardinho?

Se o Ricardinho estava errado na história toda, por que ele não aceitou humildemente a convocação para a Liga e não retornou para a Seleção de cabeça baixa? Burrice? Ou indignação? Se ele é o culpado, teria de estar agradecido pela “chance” dada pelo Bernardo. Todavia, o Ricardinho simplesmente ignorou a convocação. Nem deu satisfação. Não parece ser a atitude de quem errou. Parece mais a atitude de quem está injuriado. Será que ele recusou o “perdão” do Bernardinho ou é ele que, extremamente ofendido, se recusou a aceitar o pedido de desculpas? Parece-me que a segunda opção é mais aceitável.

Já lembrei duas citações a respeito de unanimidade. Cito outra ainda: “quando todos pensam da mesma forma, é porque ninguém está pensando”. Quer verdade maior que essa? Afinal, aqueles que entraram aqui neste espaço para criticar meu ponto de vista, como se tivessem suas próprias opiniões, defendem a mesma opinião difundida pela Grande Imprensa. Interessante, não é? Esta tem grandes interesses financeiros e, obviamente, não vai dizer que a Seleção tornou-se uma equipe média. Se fizesse isso, não haveria como fechar com anunciantes grandes contratos envolvendo milhões de reais. E dizem apenas, que a Seleção se cansou, mas que nas Olimpíadas vai arrebentar. E conta, é claro, com a aceitação passiva daquela famosa massa de manobra que repete o que ela diz, pois é assim que ela fatura alto. No momento em que esse filão secar, deixar de ser lucrativo, ela vai atrás de outro.

Quem não viveu a década de 1970, não sabe que o segundo esporte no Brasil era o basquete. O espaço reservado na mídia para este esporte era equivalente ao do vôlei de hoje. Atletas como Carioquinha, Ubiratan, Adilson, Marquinhos, Hélio Rubens, Vlamir e outros eram tratados como heróis, eram recebidos por multidões em saguões de aeroportos e tudo o mais. Tal como os atletas do vôlei de agora. No entanto, hoje, alguém fala alguma coisa de nosso basquete? Obviamente, não. E, para o vôlei, se não acharem um substituto à altura para o Ricardinho (não me façam rir; não existe!) para que voltem a promover Giba e Companhia, rapidamente a Mídia vai procurar outro veio de onde tirar dinheiro às custas daqueles que se iludem com o que ela lhes oferece. Nem que seja jogo de palitinho. Opiniões a favor ou contra são bem-vindas.

(Este texto eu escrevi em ‎7‎ de ‎agosto‎ de ‎2008 às ‏‎13:54:47, conforme data do próprio arquivo. Todavia, desde que me mudei para Uberlândia, não tive mais acesso à Internet com facilidade, razão por que só postei hoje. Como a minha opinião não mudou, publico assim mesmo.)

Um comentário:

Anônimo disse...

E eu que te chamei de viúva do Ricardinho!!!! KKKKKKK