quinta-feira, 19 de junho de 2008

Conto da Carochinha

O termo seleção presume uma escolha acurada de alguma coisa. Uma Seleção Brasileira de Futebol presume a escolha acurada dos melhores elementos para o bom desempenho desse esporte. Todavia, apenas no Brasil, eu creio, que a coisa não é bem assim. Forças sobrenaturais impedem que o torcedor brasileiro veja os melhores em cada posição atuando. Senão, vejamos: alguém se lembra da máquina cruzeirense vencedora da Tríplice Coroa em 2003 (Campeonato Mineiro, Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro)? Aquele time tinha um excepcional maestro: Alex. Naquele ano, o moço foi convocado para compôr a Seleção Brasileira que disputou a Copa das Confederações. Todavia, o então técnico Parreira (técnico?) optou por Ricardinho, pois, em sua opinião, ele trabalhara com este e mais outros dois no Corinthians (não me lembro os nomes) e formado o “meio campo dos sonhos”. O Brasil perdeu a Copa e o Alex entrou no útlimo jogo por 15 minutos e a postura da Seleção mudou com sua entrada (parece-me que ele marcou até gol), mas a clasificação já estava perdida. Nada contra o Ricardinho, mas o Alex é melhor.

Não me causou surpresa nenhuma a derrota para o Paraguai no último domingo pelas Eliminatórias da Copa do Mundo, e o empate com a Argentina foi obra do acaso. Os portenhos mereciam ganhar. O que me causou surpresa foi a arrogância de determinados cronistas esportivos ironizando os paraguaios, antes daquele jogo, simplesmente porque estes tomaram uma postura de favoritos contra o Brasil. E ganharam mesmo. E isso me remete ao tema inicial: o melhor.

Uma Seleção Brasileira deve começar por ter o melhor técnico. Todavia, o que o brasileiro vê no banco do Brasil é o Dunga. Respeito sua trajetória como jogador, mas nosso time precisa do melhor. E o melhor é, sem dúvida, o Luxemburgo. Arrogante, vaidoso, enjoado, mas tem por que ser. É o melhor, ainda que tenha muita gente que não goste dele.

O nosso futebol parece um conto da Carochinha, mais propriamente Branca de Neve e os Sete Anões. A heroína não sei onde anda, mas os outros sete protagonistas estão aí. É só procurar. Tem o Zangado, o Dengoso, o Atchim, o Mestre, o Soneca, o Dunga, o Feliz... O Dunga é o Dunga, o mais atrapalhado; o Leão poderia ser o Zangado; o Felipão... quem poderia ser? Mas o Mestre é o Luxemburgo. Enquanto o Dunga comanda a Seleção, o Alex arrebenta no Fenerbahçe, da Turquia, não é convocado, e o nosso time não tem meio-campo... e todos culpam os atacantes. E só se lembram de Ronaldinho Gaúcho ou Kaká. E o Luxemburgo permanece fora. O Mestre é obrigado a apenas ficar observando. Enquanto isso, o nosso conto de fadas, ao estilo dos irmãos Grimm, que é a classificação para a Copa, corre o risco de se tornar uma história de terror, bem ao estilo de Stephen King, que é a eliminação. Não seria a hora de agradecer os préstimos do nosso querido capitão do Tetra e entregar o leme da nau brasileira para quem realmente é do ramo?

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